Introdução
Mauro Santos - Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ Coordenador do Laboratório de Habitação/ Atelier Universitário
Mauro Santos - Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ Coordenador do Laboratório de Habitação/ Atelier Universitário
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O objetivo do Plano de Reabilitação e Ocupação dos Imóveis do Estado do Rio de Janeiro na área central da Cidade do Rio de Janeiro é analisar as potencialidades urbanísticas e arquitetônicas desses imóveis e elaborar propostas para a realização de empreendimentos habitacionais.
As diretrizes do Plano, como preconiza o Ministério das Cidades, prevêem a utilização do estoque imobiliário ocioso dos centros das capitais dos estados brasileiros. Ressalta-se que a região, na qual estão localizados os referidos imóveis, constitui o centro histórico da capital fluminense, repleta de exemplares arquitetônicos e de ambiências urbanas de elevado valor histórico, artístico e cultural, razão pela qual a sua maioria é parte integrante de áreas tuteladas por órgãos de proteção do patrimônio histórico das três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal), a exemplos das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural (APCs). |
O centro da Cidade do Rio de Janeiro, principalmente as áreas periféricas da área central, como a região da Zona Portuária, Lapa e o entorno da Praça da Cruz Vermelha, apresentam um alto potencial para uso habitacional, e se configuram como foco de resistência desta função, sobrevivendo a um longo período de políticas urbanas de exclusão, demolições, restrições jurídicas e a recente pressão imobiliária. Atualmente as políticas urbanas buscam caminhos para o desenvolvimento mais sustentável das cidades, e trazer de volta a população para a área central é uma importante estratégia que reforça outros pontos: potencializar as infraestruturas existentes, diminuir a necessidade do transporte rodoviário, recuperar as áreas degradadas e o patrimônio histórico-cultural, e promover maior igualdade social com a melhoria da qualidade de vida do trabalhador por meio da redução dos custos de transporte, da diminuição do tempo de percurso casa-trabalho e da acessibilidade |
à cultura e infra-estrutura. Política habitacional exige diversidade. Habitar, morar, é espírito, simbolismos e sentidos associados às qualidades formais e quantitativas. Ressalta-se ainda que a extensão territorial aliada à diversidade inerentes a este projeto impuseram a formação de equipe multidisciplinar. No caso da área de arquitetura e urbanismo, contou com a participação da Equipe Técnica do Ministério das Cidades, da Secretaria de Estado de Habitação e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ com a participação de professores, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação que realizaram atividades específicas vinculadas à investigação in loco e em fontes secundárias, a análise e consolidação das informações, a organização de material de difusão para as instituições e órgãos públicos, privados e para a sociedade em geral. |
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