Projeto de Urbanização da Comunidade Mandela de Pedra
O projeto
A Área em questão, objeto da presente proposta de urbanização, através do Programa HABITAR BRASIL BID, Comunidade Mandela de Pedra, faz parte do Complexo de Manguinhos, localizada ao longo da Estrada de Ferro da Leopoldina, zona Norte, na X e XII Região Administrativa do Município do Rio de Janeiro. É cortado, o complexo, pela Rua Leopoldo Bulhões, que junto com a Avenida Brasil são os dois maiores acessos às comunidades. No seu entorno existe uma concentração de favelas. Somente o Complexo de Manguinhos é composto por onze comunidades, com uma área aproximada de 490.000 m2 e com uma população entorno de 35.000 habitantes. A área de intervenção total para edificação e urbanismo é de 46.635.02 m2 – área de projeto delimitada.
A favela Mandela de Pedra caracteriza-se por ter sido a ocupação mais recente dentre as do complexo de Manguinhos sendo, entretanto, a única que ainda não sofreu qualquer intervenção do poder público. Localiza-se as margens do Canal do Cunha, tendo como limites o muro do prédio dos Correios, um terreno livre da Embratel, e outra comunidade do conjunto denominada Nelson Mandela.
As propostas de intervenção estão referenciadas nos seguintes parâmetros
a) Garantir uma unidade habitacional para cada família da comunidade, mantendo assim a alta taxa de densidade encontrada no local, porém de forma ordenada e equilibrada.
b) Trabalhar com unidades de diferentes tamanhos e potencialidades (casa embrião), adaptando-as às necessidades e diversidade das famílias.
c) Conferir identidade própria e autonomia à comunidade, integrando-a ao entorno.
d) Associar as zonas de risco (margem do canal do Cunha e desnível abrupto entre as partes alta e baixa da comunidade) a áreas de caráter público e uso comunitário, inviabilizando sua ocupação.
e) Hierarquizar o sistema viário, optando por vias periféricas com maior tráfego de veículos e associando às ruas internas zonas próprias à recreação e ao estar coletivo
f) Criar condições de acessibilidade a todos os pontos da comunidade, garantindo a livre circulação de moradores e visitantes e a penetração dos serviços públicos.
Dentre as proposições, as mais relevantes seriam:
Espaços livres - A área plana entre a Via Canal e o talude, no principal ponto de entrada da comunidade, conforma-se um parque linear. Por sua localização, é ponto de passagem obrigatória para a maioria dos moradores. Aí estão instalados a quadra esportiva, o centro comunitário, a associação de moradores, a creche e lojas. A quadra é coberta e pode ser utilizada como extensão do centro comunitário em dias de festas, apresentações ou grandes eventos. Na parte alta, sobre o talude, onde está assentada a grande maioria da comunidade, as próprias ruas, com traçado irregular e intensa arborização, confundem-se com os espaços livres de recreação e lazer necessários aos moradores. Sobretudo a rua comercial, que, por seu desenho, pela pavimentação diferenciada e pela volumetria de suas construções, caracteriza-se mais como uma sucessão de largos que como uma rua tradicional. A avenida à beira do canal (prolongamento da via de acesso), devido à calçada larga e à localização privilegiada (contato com o canal e com o terreno arborizado da refinaria), conforma-se como via de passeio.
Vias - As vias internas da comunidade são pavimentadas em paralelepípedo e não possuem meio-fio, terminando imediatamente no plano vertical das edificações. Como as seqüências de casas não são paralelas entre si, as ruas possuem larguras varáveis, com mínimo de 5m, podendo atingir os 20m. O paralelepípedo garante o tráfego lento e a arborização desempenha o papel de configurar áreas de circulação e de estacionamento de veículos, bem como áreas próprias à recreação. Dessa forma, associando-se tipo de pavimentação, desenho irregular e arborização as vias cumprem seu papel funcional (circulação e estacionamento) e ganham ainda o caráter de espaço livre da comunidade com zonas própiras ao lazer e ao estar coletivo. Esta fusão de área livre e malha viária dificulta a ocupação do espaço público por futuras residências. Na rua interna comercial utiliza-se um tipo diferente de pavimentação, o bloco de concreto furado (tipo ”blocrete”) que valoriza o caráter de “largos” dos espaços conformados entre os pontos comerciais.
Edificações - O resultado da análise do solo restringiu as construções a dois pavimentos, podendo-se chegar a três, em alguns pontos. A necessidade de se alocar 900 famílias numa área de aproximadamente 48 mil m2 (densidade de 750 hab/he, considerando-se quatro habitantes por família, em média) orientou a solução de unidades em seqüência, que propicia melhor razão entre área pública e área privada. As construções de três pavimentos concentram-se ao longo da via comercial e próximas á área de lazer, na entrada da comunidade. Estes blocos associam lojas, kitinetes e um pátio interno no térreo, com outras kitinetes e apartamentos de dois quartos nos andares superiores.
A maior parte da área construída, contudo, corresponde às sequencias de unidades-embrião, unidades de um quarto e unidades de dois quartos.
Infraestrutura Urbana
A tipologia básica é constituída por uma unidade de sala, quarto, cozinha e banheiro que ocupa todo o lote de 4,5m de frente por 10m de fundo. O core da unidade é seu pátio interno, um espaço polivalente que ilumina, ventila e organiza a disposição interna da casa. A seqüência de unidades constituí-se por “encaixes” desta matriz com suas variantes. As principais variantes são a casa de dois quartos e a unidade–embrião, que pode expandir-se verticalmente, chegando a três quartos. Mesmo nas unidades do segundo piso há uma varanda aberta para o pátio do térreo, que tem o mesmo caráter de espaço central e polivalente das casas térreas.
Nos blocos com três pavimentos, que arrematam as seqüências e compõem a rua comercial, há também a presença predominante de um pátio interno, porém, neste caso, compartilhado entre quatro unidades tipo “kitinete” que dividem o espaço do térreo com as lojas. Nos andares superiores, há kitinetes e apartamentos de dois quartos, com distribuição semelhante à da unidade matriz.
De acordo com os levantamentos preliminares temos como áreas de atuação: traçado viário e pavimentação; Infra-estrutura urbana; habitação; espaços comunitários; e organização dos moradores.
A Área em questão, objeto da presente proposta de urbanização, através do Programa HABITAR BRASIL BID, Comunidade Mandela de Pedra, faz parte do Complexo de Manguinhos, localizada ao longo da Estrada de Ferro da Leopoldina, zona Norte, na X e XII Região Administrativa do Município do Rio de Janeiro. É cortado, o complexo, pela Rua Leopoldo Bulhões, que junto com a Avenida Brasil são os dois maiores acessos às comunidades. No seu entorno existe uma concentração de favelas. Somente o Complexo de Manguinhos é composto por onze comunidades, com uma área aproximada de 490.000 m2 e com uma população entorno de 35.000 habitantes. A área de intervenção total para edificação e urbanismo é de 46.635.02 m2 – área de projeto delimitada.
A favela Mandela de Pedra caracteriza-se por ter sido a ocupação mais recente dentre as do complexo de Manguinhos sendo, entretanto, a única que ainda não sofreu qualquer intervenção do poder público. Localiza-se as margens do Canal do Cunha, tendo como limites o muro do prédio dos Correios, um terreno livre da Embratel, e outra comunidade do conjunto denominada Nelson Mandela.
As propostas de intervenção estão referenciadas nos seguintes parâmetros
a) Garantir uma unidade habitacional para cada família da comunidade, mantendo assim a alta taxa de densidade encontrada no local, porém de forma ordenada e equilibrada.
b) Trabalhar com unidades de diferentes tamanhos e potencialidades (casa embrião), adaptando-as às necessidades e diversidade das famílias.
c) Conferir identidade própria e autonomia à comunidade, integrando-a ao entorno.
d) Associar as zonas de risco (margem do canal do Cunha e desnível abrupto entre as partes alta e baixa da comunidade) a áreas de caráter público e uso comunitário, inviabilizando sua ocupação.
e) Hierarquizar o sistema viário, optando por vias periféricas com maior tráfego de veículos e associando às ruas internas zonas próprias à recreação e ao estar coletivo
f) Criar condições de acessibilidade a todos os pontos da comunidade, garantindo a livre circulação de moradores e visitantes e a penetração dos serviços públicos.
Dentre as proposições, as mais relevantes seriam:
Espaços livres - A área plana entre a Via Canal e o talude, no principal ponto de entrada da comunidade, conforma-se um parque linear. Por sua localização, é ponto de passagem obrigatória para a maioria dos moradores. Aí estão instalados a quadra esportiva, o centro comunitário, a associação de moradores, a creche e lojas. A quadra é coberta e pode ser utilizada como extensão do centro comunitário em dias de festas, apresentações ou grandes eventos. Na parte alta, sobre o talude, onde está assentada a grande maioria da comunidade, as próprias ruas, com traçado irregular e intensa arborização, confundem-se com os espaços livres de recreação e lazer necessários aos moradores. Sobretudo a rua comercial, que, por seu desenho, pela pavimentação diferenciada e pela volumetria de suas construções, caracteriza-se mais como uma sucessão de largos que como uma rua tradicional. A avenida à beira do canal (prolongamento da via de acesso), devido à calçada larga e à localização privilegiada (contato com o canal e com o terreno arborizado da refinaria), conforma-se como via de passeio.
Vias - As vias internas da comunidade são pavimentadas em paralelepípedo e não possuem meio-fio, terminando imediatamente no plano vertical das edificações. Como as seqüências de casas não são paralelas entre si, as ruas possuem larguras varáveis, com mínimo de 5m, podendo atingir os 20m. O paralelepípedo garante o tráfego lento e a arborização desempenha o papel de configurar áreas de circulação e de estacionamento de veículos, bem como áreas próprias à recreação. Dessa forma, associando-se tipo de pavimentação, desenho irregular e arborização as vias cumprem seu papel funcional (circulação e estacionamento) e ganham ainda o caráter de espaço livre da comunidade com zonas própiras ao lazer e ao estar coletivo. Esta fusão de área livre e malha viária dificulta a ocupação do espaço público por futuras residências. Na rua interna comercial utiliza-se um tipo diferente de pavimentação, o bloco de concreto furado (tipo ”blocrete”) que valoriza o caráter de “largos” dos espaços conformados entre os pontos comerciais.
Edificações - O resultado da análise do solo restringiu as construções a dois pavimentos, podendo-se chegar a três, em alguns pontos. A necessidade de se alocar 900 famílias numa área de aproximadamente 48 mil m2 (densidade de 750 hab/he, considerando-se quatro habitantes por família, em média) orientou a solução de unidades em seqüência, que propicia melhor razão entre área pública e área privada. As construções de três pavimentos concentram-se ao longo da via comercial e próximas á área de lazer, na entrada da comunidade. Estes blocos associam lojas, kitinetes e um pátio interno no térreo, com outras kitinetes e apartamentos de dois quartos nos andares superiores.
A maior parte da área construída, contudo, corresponde às sequencias de unidades-embrião, unidades de um quarto e unidades de dois quartos.
Infraestrutura Urbana
- Sistema de abastecimento d’água: Necessidade de um projeto de rede de abastecimento ligado a adutora da CEDAE na Av. Leopoldo Bulhoões.
- Sistema de esgotamento sanitário: Necessidade de projeto de rede de esgotamento sanitário, incluindo Estação de Tratamento de Esgoto - ETE
- Sistema de drenagem: Necessidade de projeto de rede apropriada de drenagem, constituído de uma galeria ao longo da via principal de comércio, alimentada por redes superficiais nas ruas transversais à via comercial e por prolongamentos da galeria, respectivamente, na rua limítrofe com os terrenos dos Correios/Embratel e a na primeira a partir do Posto Policial.
- Sistema de distribuição de energia elétrica e iluminação pública: Necessidade da reinstalação do sistema de distribuição de energia elétrica pela companhia LIGHT S.A. dentro da comunidade Mandela de Pedra tendo como base o novo projeto de urbanização, das unidades e dos equipamentos instalados, incompatível com a estrutura deficitária e limitada existente.
- Sistema de telefonia: Propõem-se a instalação do sistema de telefonia residencial e comercial, o que está sendo estudado pelo setor de Projeto de redes da Telemar, e de telefones comunitários, inexistentes no local.
- Arborização: O plano de arborização previsto visa a criação de amplas áreas de sombra tanto nas ruas internas do conjunto quanto na área de lazer e na calçada da avenida Atlântica. Deve optar-se por árvores de crescimento a curto/médio prazo com copa grande e que, preferencialmente, percam parte das folhas no inverno. A locação das árvores prevê a subdivisão do espaço da rua em zonas de tráfego, estacionamento e lazer. O talude recebe cobertura gramada e arbustos, além de árvores de médio porte.
- Tipologias
A tipologia básica é constituída por uma unidade de sala, quarto, cozinha e banheiro que ocupa todo o lote de 4,5m de frente por 10m de fundo. O core da unidade é seu pátio interno, um espaço polivalente que ilumina, ventila e organiza a disposição interna da casa. A seqüência de unidades constituí-se por “encaixes” desta matriz com suas variantes. As principais variantes são a casa de dois quartos e a unidade–embrião, que pode expandir-se verticalmente, chegando a três quartos. Mesmo nas unidades do segundo piso há uma varanda aberta para o pátio do térreo, que tem o mesmo caráter de espaço central e polivalente das casas térreas.
Nos blocos com três pavimentos, que arrematam as seqüências e compõem a rua comercial, há também a presença predominante de um pátio interno, porém, neste caso, compartilhado entre quatro unidades tipo “kitinete” que dividem o espaço do térreo com as lojas. Nos andares superiores, há kitinetes e apartamentos de dois quartos, com distribuição semelhante à da unidade matriz.
De acordo com os levantamentos preliminares temos como áreas de atuação: traçado viário e pavimentação; Infra-estrutura urbana; habitação; espaços comunitários; e organização dos moradores.
Fonte: Acervo LabHab Fonte: Acervo LabHab