O projeto Comunidade Eficiente tem como objetivo a intervenção em moradias localizadas em comunidades de baixa renda atendidas pela rede de distribuição da LIGHT, e conscientização das comunidades, em geral, a respeito do uso de energia.
Os objetivos deste projeto são, oferecer um grau de sustentabilidade ao morador quanto ao uso racional de energia através da melhoria das condições de Conforto Ambiental nas edificações, seja através da acessibilidade às intervenções propostas, de custo compatível com a renda do morador, seja através dos sub-projetos de educação.
Estas intervenções acontecem em duas esferas, uma primeira na qual existe a reforma das instalações elétricas na edificação, com recursos oferecidos pela LIGHT; e em uma segunda, com intervenções físicas na edificação, seguindo projetos específicos para cada uma delas, desenvolvidos pelo LABHAB e custeadas pelo morador.
As propostas feitas têm como diretriz melhorar o Conforto Ambiental e a Eficiência Energética nas edificações, com o menor custo possível, para que seja acessível ao morador.
Além recomendações personalizadas para cada unidade habitacional, foram elaborados um material educativo e peças teatrais, com conteúdos sobre conforto ambiental e uso racional de energia elétrica, que estão sendo divulgados e distribuídos dentro das comunidades. Inicialmente foram atendidas moradias no Complexo do Caju, formado pelas comunidades Ladeira dos Funcionários, Parque Alegria, Parque Boa Esperança, Parque Conquista, Parque Nossa Senhora da Penha, Parque São Sebastião, Quinta do Caju e Vila Clemente Ferreira – localizado na Zona Portuária; e do Vidigal – na zona litorânea carioca, em um universo total de 501 casas.
Características das Comunidades
Localizado entre a Baía e Guanabara e a Avenida Brasil, o Complexo do Caju insere-se em uma região de ocupação densa, desordenada e de baixo poder aquisitivo. Esta região encontra-se entre as latitudes 22º 45 e 22º 52, fazendo parte do fundo da Baía de Guanabara, o que ocasiona uma reduzida troca térmica através de ventos. Seus dados anuais de temperatura indicam temperatura e umidade relativa de 24,9º e 74%, o que caracteriza um clima quente e úmido.
Caracterizada por grande número de indústrias e denso território ocupado por moradias menores, esta região não conta com montanhas ou florestas para sua proteção solar, além de ter influência da ilha térmica de Bonsucesso.
As comunidades que formam o Complexo do Caju se distinguem umas das outras pelas dimensões, pelo sítio, condições de acesso à infra-estrutura e pelo padrão construtivo das unidades habitacionais. Na maioria destas comunidades foram realizadas obras do Favela-Bairro, que contribuiu para o acesso à infra-estrutura. Quase todos os beco e vielas encontram-se pavimentados, sendo a maior parte das moradias visitadas localizadas em vielas.
Observando de maneira geral as comunidades, a maior parte das unidades possui dois pavimentos, encontrando-se ainda, um grande número com três pavimentos. No levantamento, porém foram selecionadas, em maior número, as unidades com apenas um pavimento. Quase que a totalidade das unidades visitadas tinha o uso de moradia unifamiliar, seguidas pelas de uso multifamiliar, evidenciando o grande número de sobrados.
As comunidades Vidigal e Chácara do Céu localizam-se na costa marítima, em região que possui áreas de vegetação densa no entorno, condições estas que contribuem para melhoria do clima. A maior parte das vias e pavimentada e dotada de saneamento básico.
A comunidade do Vidigal possui grande número de domicílios localizados em vias carroçáveis, sendo a sua maioria localizada em vielas.
O uso predominante das unidades levantadas nas duas comunidades é unifamiliar, possuindo um pavimento. O número de unidades com dois pavimentos, no entanto é expressivo.
Pode-se extrair em termos gerais que a renda familiar que predomina nas residências visitadas encontra-se entre 1 e 3 salários mínimos. Observa-se, contudo, que é expressivo o número de famílias com renda de até 1 salário mínimo. No caso do Vidigal, é expressivo o número de famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos.
Dentre as comunidades visitadas quase a totalidade dos imóveis visitados é de propriedade do morador, encontrando-se um número insignificante de imóveis alugados ou cedidos.
Nas unidades visitadas predomina o número de chefes de família com primeiro grau incompleto, sendo expressivo tanto o número de chefes de família com primeiro grau completo, quanto analfabetos. Predomina o serviço como ocupação principal dos chefes de família das unidades visitadas, englobando esta ocupação as atividades de serviços em geral, como auxiliar de escritório, auxiliar de serviços gerais, motoboy, entre outras. Apresentam-se em grande número os aposentados e os desempregados,destacando-se a comunidade Parque Boa Esperança que possui número de moradores desempregados menor apenas que o de empregados em serviços.
Os objetivos deste projeto são, oferecer um grau de sustentabilidade ao morador quanto ao uso racional de energia através da melhoria das condições de Conforto Ambiental nas edificações, seja através da acessibilidade às intervenções propostas, de custo compatível com a renda do morador, seja através dos sub-projetos de educação.
Estas intervenções acontecem em duas esferas, uma primeira na qual existe a reforma das instalações elétricas na edificação, com recursos oferecidos pela LIGHT; e em uma segunda, com intervenções físicas na edificação, seguindo projetos específicos para cada uma delas, desenvolvidos pelo LABHAB e custeadas pelo morador.
As propostas feitas têm como diretriz melhorar o Conforto Ambiental e a Eficiência Energética nas edificações, com o menor custo possível, para que seja acessível ao morador.
Além recomendações personalizadas para cada unidade habitacional, foram elaborados um material educativo e peças teatrais, com conteúdos sobre conforto ambiental e uso racional de energia elétrica, que estão sendo divulgados e distribuídos dentro das comunidades. Inicialmente foram atendidas moradias no Complexo do Caju, formado pelas comunidades Ladeira dos Funcionários, Parque Alegria, Parque Boa Esperança, Parque Conquista, Parque Nossa Senhora da Penha, Parque São Sebastião, Quinta do Caju e Vila Clemente Ferreira – localizado na Zona Portuária; e do Vidigal – na zona litorânea carioca, em um universo total de 501 casas.
Características das Comunidades
- Características Físicas
Localizado entre a Baía e Guanabara e a Avenida Brasil, o Complexo do Caju insere-se em uma região de ocupação densa, desordenada e de baixo poder aquisitivo. Esta região encontra-se entre as latitudes 22º 45 e 22º 52, fazendo parte do fundo da Baía de Guanabara, o que ocasiona uma reduzida troca térmica através de ventos. Seus dados anuais de temperatura indicam temperatura e umidade relativa de 24,9º e 74%, o que caracteriza um clima quente e úmido.
Caracterizada por grande número de indústrias e denso território ocupado por moradias menores, esta região não conta com montanhas ou florestas para sua proteção solar, além de ter influência da ilha térmica de Bonsucesso.
As comunidades que formam o Complexo do Caju se distinguem umas das outras pelas dimensões, pelo sítio, condições de acesso à infra-estrutura e pelo padrão construtivo das unidades habitacionais. Na maioria destas comunidades foram realizadas obras do Favela-Bairro, que contribuiu para o acesso à infra-estrutura. Quase todos os beco e vielas encontram-se pavimentados, sendo a maior parte das moradias visitadas localizadas em vielas.
Observando de maneira geral as comunidades, a maior parte das unidades possui dois pavimentos, encontrando-se ainda, um grande número com três pavimentos. No levantamento, porém foram selecionadas, em maior número, as unidades com apenas um pavimento. Quase que a totalidade das unidades visitadas tinha o uso de moradia unifamiliar, seguidas pelas de uso multifamiliar, evidenciando o grande número de sobrados.
As comunidades Vidigal e Chácara do Céu localizam-se na costa marítima, em região que possui áreas de vegetação densa no entorno, condições estas que contribuem para melhoria do clima. A maior parte das vias e pavimentada e dotada de saneamento básico.
A comunidade do Vidigal possui grande número de domicílios localizados em vias carroçáveis, sendo a sua maioria localizada em vielas.
O uso predominante das unidades levantadas nas duas comunidades é unifamiliar, possuindo um pavimento. O número de unidades com dois pavimentos, no entanto é expressivo.
- Características sócio-econômicas:
Pode-se extrair em termos gerais que a renda familiar que predomina nas residências visitadas encontra-se entre 1 e 3 salários mínimos. Observa-se, contudo, que é expressivo o número de famílias com renda de até 1 salário mínimo. No caso do Vidigal, é expressivo o número de famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos.
Dentre as comunidades visitadas quase a totalidade dos imóveis visitados é de propriedade do morador, encontrando-se um número insignificante de imóveis alugados ou cedidos.
Nas unidades visitadas predomina o número de chefes de família com primeiro grau incompleto, sendo expressivo tanto o número de chefes de família com primeiro grau completo, quanto analfabetos. Predomina o serviço como ocupação principal dos chefes de família das unidades visitadas, englobando esta ocupação as atividades de serviços em geral, como auxiliar de escritório, auxiliar de serviços gerais, motoboy, entre outras. Apresentam-se em grande número os aposentados e os desempregados,destacando-se a comunidade Parque Boa Esperança que possui número de moradores desempregados menor apenas que o de empregados em serviços.
As propostas
As propostas, que constam de recomendações, muitas vezes acompanhadas de croquis, seguiram para os moradores, juntamente com a os desenhos reproduzidos a partir do levantamento físico da edificação.
As propostas mais freqüentes foram:
As propostas, que constam de recomendações, muitas vezes acompanhadas de croquis, seguiram para os moradores, juntamente com a os desenhos reproduzidos a partir do levantamento físico da edificação.
As propostas mais freqüentes foram:
- Cobertura das lajes na altura do usuário, ou a na altura de 20 cm, preferencialmente com telhas cerâmicas.
- A pintura da parte superior das telhas de fibrocimento, com tinta acrílica na cor branca;
- Aumento do pé-direito em edificações onde isto era possível (geralmente as com cobertura em fibrocimento e paredes em alvenaria de tijolos furados);
- Adoção de forro ventilado com aberturas voltadas para o vento dominante, desde que o pé-direito permitisse;
- Abertura de janelas ou ampliação dos seus vãos;
- A intercomunicação dos ambientes através de aberturas no alto das paredes que poderiam ser temporariamente vedadas por janelas basculantes para a manutenção da privacidade;
- A utilização das portas como meios de ventilação, com o uso de esquadrias que permitam a privacidade, a segurança e ao mesmo tempo a troca de ar;
- A recomendação para a utilização do ventilador de teto, para que este funcione também fazendo a retirada do ar quente de um determinado ambiente para outro sucessivamente, ate ser conduzido ao exterior;
- A pintura externa da casa com tinta acrílica branca, ou cal, para reduzir a entrada da radiação solar;
- A pintura interna da edificação com cores claras, de maneira s difundir melhor tanto a luz natural, quanto a artificial;
- Cobertura das caixas d’ água, de maneira que elas fiquem protegidas do Sol, evitando o aquecimento da água.
Proposta de abertura no alto das paredes com cobogós. Acervo LabHab
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Proposta de abertura no alto das paredes com basculantes. Acervo LabHab
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Aumento do pé-direito com adoção do forro ventilado. Acervo LabHab
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Colocação de tijolos furados nas aberturas entre forro e cobertura. Acervo LabHab
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As primeiras reflexões revelam a importância de haver um planejamento urbano nestas áreas, ou ao menos a informação de critérios mínimos de ocupação a seus habitantes (como por exemplo, a necessidade de afastamento mínimo de edificações vizinhas). Segundo: mostra que as iniciativas de autoconstrução ainda são formas muitas empregadas, para obtenção de moradia nas grandes metrópoles, não sendo um caso isolado da cidade do Rio de Janeiro. No entanto, esta solução, embora venha democratizar o acesso a moradia, acaba por estar desassociada dos técnicos, os quais não puderam contribuir com o ordenamento do espaço da favela, e muito menos no planejamento das moradias.
Outro aspecto importante é a ausência de políticas publicas que visem um ordenamento da ocupação, já que nenhuma legislação foi criada ao longo dos anos de formação e adensamento das favelas. Atualmente, um dos itens da legislação municipal vigente que aborda a questão das favelas, apenas torna estas comunidades “áreas de especial interesse social”, o que significa afirmar que quase tudo é permitido ao se edificar, pondo em duvida o papel do governo na ocupação sustentável das comunidades, visto que o adensamento prejudica o Conforto Ambiental, aumentando os gastos com energia elétrica.
Finalmente, esta iniciativa não pode ser tomada como exemplo único a ser seguindo, devendo haver ainda políticas publicas eficazes, que visem a efetiva melhoria da qualidade das moradias, não remontando, contudo o período da produção de moradia em massa e deslocamento da população dos seus locais de moradia.