Canal das Taxas
O conjunto Canal das Taxas, projetado pelo escritório de arquitetura Casulo, inaugurado em 1996, possui 80 unidades. Está situado no Recreio dos Bandeirantes entre as ruas Leon Eliachar, Senador Rui Loureiro, rua dos Arquitetos e rua Walmor Mufardini, na zona oeste do Rio de Janeiro. A construção do conjunto fez parte do programa Favela Bairro fase 1, que previa a remoção de moradores localizados em áreas de risco da favela Canal das Taxas.
As unidades do conjunto ocupam 50% do lote, sendo elas: casas de 1 quarto, casas de 2 quartos e casas com embrião de comércio.
As unidades são geminadas lateralmente, possuem 2 pavimentos e áreas determinadas da seguinte forma: embrião – 24,43 m², 1 quartos – 35,73 m², 2 quartos – 48,48 m²; todas com quintal com área de 30,23 m².
Utilizou-se no conjunto um sistema construtivo misto de bloco de concreto com vigas metálicas.
Resultados:
Os resultados aqui divulgados referem-se a entrevistas feitas com 58 famílias moradoras das 80 unidades que compõe o conjunto.
A maior parte dos moradores das unidades visitadas são do sexo feminino, representando 72,4%, enquanto somente 27,6% são do sexo masculino. Percebeu-se também que a maior parte dos moradores estão numa faixa de idade de 41 a 50 anos, caracterizando uma população de meia idade.
As unidades abrigam em sua maioria de 3 a 6 moradores, fazendo uma média de 4 moradores por unidade.
RELAÇÃO COM VIZINHOS:
Foi questionado aos moradores se eles mantiveram suas relações de amizade da antiga moradia, e na maior parte dos casos a resposta foi positiva representando 91,4% dos moradores. E ainda a maior parte declarou que sua relação com vizinhos permaneceu a mesma depois de ter deixado a moradia anterior.
Percebe-se através dos dados que a relação de vizinhança no conjunto é de um modo geral pacífica e muito amigável, sendo que 56,1% dos moradores entrevistados emprestam coisas de sua casa para vizinhos, enquanto uma porcentagem menor não o faz, mesmo antes da moradia atual, esse número não era muito diferente, sendo que 49,1% emprestavam suas coisas.
Já em relação a responsabilidades maiores, como cuidar dos filhos do vizinho, o resultado se mostrou um pouco diferente. Sendo que 73,7% dos entrevistados não costumam cuidar dos filhos dos vizinhos, enquanto somente 26,3% cuida.Esse quadro também não era muito diferente antes das famílias se mudarem para moradia atual.
ESPAÇOS DA CASA:
A maior parte dos entrevistados fizeram alguma modificação em suas unidades. E de um modo geral os moradores julgam os espaços das unidades pequenos, sendo que 40,4% dos entrevistados acham que a sala poderia ser maior, e grande parte dos entrevistados acham que nenhum comodo deveria ser menor. E a maior parte deles acham que poderia ser acrescido um quarto às unidades.
ATIVIDADES:
A sala foi apontada como local de diversas atividades. É o local das refeições; de atividades domésticas, como costurar e passar roupa; local de lazer, como assistir TV, brincadeira de crianças, ouvir som; e ainda local de receber visitas.
O quarto foi apontado como local principalmente de dormir, sendo que uma porcentagem menor assiste TV nesse comodo.
Uma grande parte dos moradores disse que deposita seu lixo na rua, mesmo local onde parte das crianças costumam brincar.
Poucos moradores apresentaram dificuldade de utilizar algum cômodo da casa, e apenas 37,9% dos moradores sofreu algum acidente dentro de casa, sendo que a maior parte desses acidentes aconteceram na escada.
CONFORTO:
O conforto tanto térmico, quanto lumínico e acustico das unidades não agrada a muitos moradores.
Quanto ao conforto térmico, 70% dois entrevistados declarou que o quarto 1 é quente no verão, apesar de 64,3%, declarar que acham a casa agradável. E 51,7% dos moradores declarou que a casa é muito fria no inverno.
Quanto ao conforto lumínico, a maior parte dos entrevistados declarou que vários comodos da casa apresentam deficiência em relação a claridade.
E quanto ao conforto acustico, 55,2% dos moradores reclamou de barulho incômodo na casa.